Fascite Plantar e Esporão é a mesma coisa?
É muito comum que pacientes cheguem ao consultório relatando dor intensa na região plantar do calcanhar e dizendo terem recebido o diagnóstico de esporão do calcâneo. No entanto, o esporão, visível na radiografia, não é a causa da dor e, na verdade, nem mesmo é considerado uma doença. O termo correto para a condição que causa esse desconforto é Fascite Plantar.
O Que É a Fascite Plantar?
A fáscia plantar é uma estrutura elástica localizada na planta do pé. Ela se estende desde o osso do calcanhar até os dedos, e sua principal função é sustentar o arco do pé e absorver impactos durante atividades como caminhar e correr. Quando submetida a uma sobrecarga repetitiva, a fáscia começa a sofrer microlesões, se degenerando e tornando-se mais rígida.
Com o passar do tempo, essa rigidez aumenta a tração sobre o osso do calcanhar, o que pode levar à formação de uma calcificação, conhecida como esporão do calcâneo. Embora o esporão seja uma consequência da fascite plantar, ele não é responsável pela dor, que resulta, de fato, da inflamação e da degeneração da fáscia.
Quem Pode Desenvolver a Fascite Plantar?
A fascite plantar pode acometer uma ampla faixa etária, desde atletas devido ao alto impacto das atividades físicas até idosos que apresentam alterações biomecânicas com o envelhecimento.
Principais Causas da Fascite Plantar
Diversos fatores podem desencadear a sobrecarga na fáscia plantar, incluindo:
- Uso inadequado de calçados: Sapatos de salto alto ou muito baixos (como rasteirinhas) prejudicam a distribuição de carga no pé.
- Atividades de impacto: Correr, saltar ou pular, principalmente sem cuidado técnico adequado.
- Desequilíbrios musculares: Encurtamento dos músculos posteriores da panturrilha aumenta a pressão sobre a fáscia.
- Alterações anatômicas nos pés: Pés planos ou cavos são predisponentes para o desenvolvimento da condição.
Quais São os Sintomas?
O principal sintoma da fascite plantar é a dor na região plantar do calcanhar, especialmente intensa:
- Pela manhã: Os primeiros passos do dia são marcados por uma dor aguda, devido ao enrijecimento da fáscia durante a noite.
- Após períodos de inatividade: Longos períodos sentado ou em repouso intensificam a dor ao retomar a atividade.
Tratamentos: Como Controlar a Fascite Plantar?
A boa notícia é que inúmeros pacientes podem se beneficiar do tratamento conservador (não cirúrgico), considerado eficaz em mais de 90% dos casos.
Tratamento Conservador
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Fisioterapia:
O tratamento fisioterapêutico é o pilar principal no controle da fascite plantar. Ele é focado em corrigir desequilíbrios musculares, fortalecer a musculatura intrínseca do pé e melhorar a flexibilidade dos membros inferiores.- Frase do Dr. Gustavo Nunes: “O melhor remédio para a fascite plantar é um bom fisioterapeuta.”
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Terapia por Ondas de Choque (ESWT):
Indicada para casos mais avançados que não respondem às terapias iniciais, a ortotripsia utiliza ondas acústicas para estimular a regeneração da fáscia e aliviar a dor. Para mais detalhes, veja: Terapia por Ondas de Choque. -
Calçados ortopédicos:
Calçados com solado firme, suporte ao arco do pé e leve elevação ajudam na redistribuição da carga e aliviam a pressão sobre a fáscia.
Medicação e Infiltrações
- Medicação anti-inflamatória: Indicada apenas nos casos de crises de dor intensa.
- Infiltrações locais: Embora auxiliem no controle da dor em curto prazo, é importante destacar que essas medidas são paliativas e não curam a doença.
Conclusão
A fascite plantar é uma condição frequente que pode causar grande desconforto, mas, felizmente, em mais de 90% dos casos, o tratamento conservador é suficiente para devolução da qualidade de vida. O diagnóstico precoce, associado a uma abordagem multidisciplinar, geralmente resulta em recuperação plena e evita a progressão da doença.
Se você sofre de dores recorrentes no calcanhar ou tem dificuldades com atividades diárias por causa do desconforto nos pés, procure um especialista para avaliação adequada e início do tratamento mais indicado para o seu caso.
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